20.10.2025 às 10:51h - atualizado em 20.10.2025 às 10:54h - Santa Catarina
Santa Catarina teve 497 casos registrados de meningite nos primeiros nove meses de 2025, menor número registrado desde 2023 no Estado, quando foram 656 ocorrências de janeiro a setembro. Ainda, se comparado com 2024, a redução foi de 9,8%, já que no período foram registrados 551 casos, conforme dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC).
Os números mostram uma tendência de queda no número de casos ano após ano, mas uma estabilidade no que diz respeito aos óbitos. Ao todo, foram 47 mortes tanto em 2025 quanto em 2024, em relação aos nove primeiros meses do ano. Já em 2023, foram 48 óbitos registrados.
Tipos de meningite e letalidade
Conforme explica o médico infectologista da DIVE, Fabio Gaudenzi, as meningites são processos inflamatórios que acometem nas meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Elas podem ser causadas por vírus, bactérias, fungos ou outros agentes infecciosos, e também por causas não infecciosas, como reações a medicamentos ou doenças autoimunes.
— Entre as formas infecciosas, destacam-se a meningite viral e a meningite bacteriana, sendo esta última a mais grave e de maior potencial de gerar surtos e sequelas neurológicas — disse.
No período descrito em 2025, a taxa de letalidade total foi de 9,5%. A maioria dos casos foram de meningite viral, com 220 ocorrências e 1 morte, seguido pelos casos de meningite bacteriana (85 casos e 11 mortes), meningite por pneumococo (66 casos e 17 óbitos). Na sequência, meningite por outras etiologias (37 casos e 4 mortes), e doença meningocócica (31 casos e 5 mortes).
Em termos de incidência a cada 100 mil habitantes, crianças de 0 a 4 anos foram as mais afetadas por meningite em Santa Catarina, com uma taxa de incidência de 27,8% dos casos. Em seguida, crianças de 5 a 9 anos representam uma taxa de incidência de 6,5% para cada 100 mil habitantes. Entretanto, quase metade dos casos absolutos (48,5%) estão concentrados em pessoas com 20 a 64 anos. Já a faixa etária de 65 a 79 anos concentrou 10,1% dos casos e teve uma taxa de incidência de 7,7% por 100 mil habitantes.
Sintomas das meningites
De acordo com a Infectologista Pediatra do Hospital Infantil Joana de Gusmão e Presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Catarinense de Pediatria, Sônia Maria de Faria, os principais sintomas de meningite, em geral, variam com a idade da pessoa acometida. Ela explica que, nas crianças maiores e adultos, é comum a presença de dor de cabeça, vômitos e febre.
— Quanto menor a criança mais inespecíficos tendem a ser os sintomas, chamando atenção a febre alta, a hipoatividade, sonolência ou irritabilidade e a recusa alimentar — aponta.
Na doença causada pelo meningococo, segundo ela, a presença da bactéria no sangue causa manchas hemorrágicas na pele, que podem ser de coloração avermelhada/vinhosa ou arroxeadas. Com esses sintomas, deve-se imediatamente buscar atendimento médico.
— A doença meningocócica evolui muito rápido, em questão de horas a pessoa acometida pode estar gravemente enferma — diz.
Como a meningite é transmitida
Segundo o médico infectologista da DIVE, as meningites bacterianas são transmitidas por contato direto com secreções respiratórias de pessoas infectadas ou portadoras assintomáticas, por meio de tosse, espirro ou fala a curta distância. Já as virais, geralmente associadas a enterovírus, são transmitidas principalmente pelo contato com fezes, alimentos ou água contaminados.
— Meningites fúngicas são mais raras e ocorrem sobretudo em indivíduos com imunossupressão grave, não havendo transmissão pessoa a pessoa — explica Gaudezi.
Sônia aponta que adolescentes e adultos jovens são os principais portadores assintomáticos do meningococo. Para reduzir o risco de contágio, segundo ela, as pessoas devem evitar se aglomerar em ambientes fechados e devem ter o calendário de vacinação em dia.
Fonte: NSC Total
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